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ABRIL AZUL

Vozes do Espectro: celebrando a inclusão no Dia Internacional do Autismo

O mês de abril é importante para conscientização por um mundo mais inclusivo e acolhedor para as pessoas autistas

Publicado em 01/04/2024 às 23:35
Atualizado em

Fernanda Maciel de Lima é neuropsicopedagoga, especialista no tratamento do Autismo (Foto: Clínica Estímulos)

Abril é considerado o mês para enfatizar a conscientização do Autismo. Instituído em 2008 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o dia 2 de abril ficou conhecido como o Dia Internacional de Conscientização do Autismo, tornando-se um marco, tanto no Brasil como no mundo, com o intuito de mostrar que algo se modificava em relação ao lugar que o Autismo passaria a ocupar. 

Há uma década, pouco se falava de autismo e poucos eram os autistas. Porém, foi somente em 1993 que o Autismo passou a existir na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (CID-OMS). 

O Autismo possui um nome técnico oficial, chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), que é uma condição de saúde caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento: a comunicação social e o comportamento. 

Após anos de estudo, observou-se que não há só um tipo de Autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento.

Com o passar dos anos, documentos como o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria, e o CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) passaram por diversas alterações, incluindo palavras e termos utilizados para diagnosticar uma pessoa autista.

Hoje, o diagnóstico de autismo é realizado conforme o nível de gravidade ou de necessidade de suporte que cada indivíduo demanda, como:

  • Nível 1: necessidade de pouco suporte/apoio;
  • Nível 2: necessidade moderada de suporte/apoio;
  • Nível 3: muita necessidade de suporte/apoio substancial.

As pessoas com Transtorno do Espectro Autista devem ser tratadas com acompanhamento multidisciplinar/multiprofissional ou seja, por uma equipe especializada com diferentes profissionais da área. Devido a recorrência de apresentações de diagnósticos podemos observar um crescente aumento de clínicas particulares oferecendo esse tipo de serviço com terapias integradas. 

Em algumas cidades já existem projetos e estão sendo contempladas com centros de assistências integrais construídos para oportunizar também um serviço público que garanta os respectivos direitos. Porém, sabemos que o SUS encontra-se em reorganização para disponibilizar uma equipe completa para esse tipo de atendimento.

Podemos destacar como um dos avanços voltados às políticas públicas a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e a criação em 2012 da Lei Berenice Piana e, que nos trouxe a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Essa política estabeleceu como algumas de suas diretrizes o estímulo à inserção deste segmento no mercado de trabalho e que o Estado ofereça diagnóstico precoce, assim como tratamento adequado.

Por fim, destaco que é importante que toda família fique atenta aos primeiros sinais precoces de comunicação como:

  • Não atender quando é chamado pelo nome, de forma persistente;
  • Não conseguir demonstrar com as reações quando está feliz, triste ou zangado;
  • Não manter o contato ocular;
  • Não buscar comunicar ou mostrar aos pais aquilo que o interessa;
  • Não conseguir dar tchau com a mão;
  • Entre outros sinais que podem ser identificados a partir do segundo ano de vida, devido a evolução social da criança (sendo esperado que boa parte possa ser diagnosticada entre 18 e 24 meses). 

Algumas crianças apresentam um período continuado de desenvolvimento adequado, no qual não é possível o diagnóstico e, após algum tempo, apresentam uma regressão do desenvolvimento e perda de habilidade, iniciando o quadro do autismo.

É importante salientar que o autismo não é uma doença, mas uma condição. Dessa forma, falar em cura não é adequado. Porém, considerando alguns prejuízos que o TEA pode causar para a vida da pessoa e da família, é preciso buscar reduzir os sintomas e dificuldades, principalmente com o apoio de atividades terapêuticas, conforme as necessidades de cada paciente.


Fernanda Maciel de Lima

Neuropsicopedagoga SBNPp 17403

Especialista na Área Educacional e Inclusiva, Síndrome de Down, Autismo e Transtorno Específico de Aprendizagem

Mestre em Ciências da Educação


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